“”Fui preso em 24 de julho de forma errônea, injustiçado porque fui acusado de um crime do qual eu não cometia. Mas, hoje, graças a Deus, à minha família e ao Dr. Emerson, eu estou livre”, disse Valdizio após ser solto.
Desde a prisão, a família dele negou a acusação da polícia e criou uma campanha nas redes sociais para provar a inocência do profissional, que efoi recolhido na Penitenciária de Quixadá.
A captura de Valdizio ocorreu durante a “Operação Horda”, que cumpriu 30 mandados de prisão preventiva contra suspeitos de integrar a facção Guardiões do Estado (GDE) que atuavam em Maracanaú e em municípios vizinhos.
Na ocasião, a polícia também cumpriu mandados de buscas e apreensão e a Justiça autorizou a quebra do sigilo dos dados dos investigados.
O engenheiro-agrônomo Raimundo Valdizio Daniel Lima, 31 anos, foi preso no dia 24 de julho, em Baturité. — Foto: Instagram/ Reprodução
Grupo no WhatsApp
As investigações que levaram a prisão de Valdizio iniciaram há quase dois anos, a partir da prisão de um criminoso em Maracanaú, na região metropolitana de Fortaleza, que teve o celular apreendido.
Durante a análise dos dados do celular desse criminoso, os policiais civis da 1ª Delegacia de Maracanaú, com apoio do Departamento de Inteligência Policial (DIP), encontraram um grupo do WhatsApp com 311 pessoas que seriam integrantes da GDE.
Destes suspeitos, 45 foram identificados como alvos principais e o engenheiro-agrônomo seria um deles.
Conforme as investigações da polícia, o número de telefone que estava no grupo da facção “muito provavelmente” era utilizado por Valdizio, apontado como um membro ativo e relevante. Além disso, durante o rastreio do IP do celular, os agentes identificaram que o provedor onde a internet do aparelho foi conectada estava no nome do agrônomo.
Outros indícios apontados na investigação seriam registros em plataforma digitais com o mesmo número de telefone e vinculadas ao nome do profissional. Além disso, o nome “Lima”, usado pelo usuário do grupo, é o mesmo do sobrenome do profissional.
Família contesta as provas
Segundo Jeane Lima, sobrinha de Valdízio, o número de celular apontado pela investigação não é do agrônomo e não está registrado no nome dele, o que já foi comprovado pela operadora do celular.
Sobre a rede de internet que se conectou ao celular investigado, a jovem explicou que o tio mora próximo a um campo de futebol e era normal pessoas pedirem a senha do wi-fi da casa para utilizar próximo ao imóvel.
A família de Valdizio também destacou que no período das investigações o agrônomo estava fazendo mestrado e trabalhando.
“É um rapaz calmo, que coleciona certificados na área dele, certificados até de honra. Está sendo desesperador”, disse Jeane Lima.