Um grupo de ex-líderes latino-americanos e o presidente panamenho, José Raúl Mulino, reuniram-se nesta quarta-feira (8), no Panamá, com o opositor venezuelano Edmundo González Urrutia, dois dias antes da posse presidencial na Venezuela.
A visita acontece dois dias depois que González visitou os Estados Unidos, onde foi recebido pelo presidente Joe Biden na segunda-feira. Antes, ele havia viajado para Argentina e Uruguai e, agora, irá para a República Dominicana.
Entre os presentes no encontro estavam os ex-presidentes Vicente Fox e Felipe Calderón, do México; a costarriquenha Laura Chinchilla, o colombiano Andrés Pastrana, o boliviano Jorge Quiroga e os panamenhos Mireya Moscoso e Ernesto Pérez Valladares.
A Venezuela, sob vigilância militar e policial nas ruas, está em contagem regressiva para a questionada posse do presidente Nicolás Maduro para um novo mandato, nesta sexta-feira (10).
Os ex-presidentes que participaram do encontro nesta quarta buscam coordenar um avião que os levará à Venezuela junto com o opositor.
Também na terça, em discurso para milícias que o apoiam, Nicolás Maduro atacou os países que contestam sua reeleição e afirmou:
“Imperialistas, não se enganem comigo, não se enganem com o povo da Venezuela, porque estamos decididos a vencer. A preservar a paz, a independência nacional e os direitos do povo com a nossa própria vida se for necessário”.
Membros de milícia que apoia Maduro empunham armas durante comício com o presidente venezuelano — Foto: Pedro MATTEY / AFP
Desde semana passada, as principais avenidas do centro de Caracas, a capital venezuelana, onde estão localizados os poderes públicos, foram ocupadas por centenas de agentes de segurança fortemente armados.
Na segunda (6), Maduro anunciou a ativação de um plano de “defesa” para garantir “o que será uma vitória exemplar”.
“Estou aqui pela vontade de Deus todo-poderoso, pela vontade do nosso povo”, disse na televisão estatal, pedindo a seus apoiadores que “saiam às ruas aos milhões”.
Nesta quarta, a coalizão Frente Democrática Popular afirmou que Enrique Márquez, outro candidato da oposição nas eleições de 28 de julho na Venezuela, foi “detido arbitrariamente” no dia anterior.
O Ministério Público da Venezuela ainda não confirmou a detenção.