O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) agendou para o dia 25 de agosto o julgamento de mais 7 acusados de envolvimento na Chacina do Curió, matança que deixou 11 mortos em Fortaleza, em 2015. A corte também agendou para 22 de setembro o julgamento dos últimos três acusados no caso. Até agora, 20 pessoas já foram julgadas por envolvimento no caso, das quais 14 foram absolvidas e 6 foram condenadas à prisão (veja abaixo).
Segundo o Ministério Público do Ceará, os crimes foram motivados por vingança pela morte do soldado Valtemberg Chaves Serpa, assassinado horas antes ao proteger a companheira em uma tentativa de assalto no bairro Lagoa Redonda, também na região da Grande Messejana.
Reportagem especial mostra lutas motivadas pelo luto da Chacina do Curió
Inicialmente, 45 policiais militares foram acusados de envolvimento no crime. A Justiça acatou a denúncia contra 44. No decorrer do processo, 10 policiais foram impronunciados – isto é, não foram levados a júri por falta de evidências. Dos 34 acusados restantes, um morreu e três tiveram o caso transferido para a Vara Militar, restando 30 réus.
Dos 30 réus pronunciados, 20 já foram julgados, sendo 14 condenados e 6 absolvidos. Dos 10 policiais que ainda não foram julgados, 7 tiveram o julgamento marcado para 17 de março de 2025, mas a sessão acabou adiada e foi remarcada, agora, para 25 de agosto. Os últimos três réus serão julgados em 22 de setembro.
Os julgamentos da Chacina do Curió começaram em junho de 2023. O processo conta com mais de 13 mil páginas e foi desmembrado em três para dar maior agilidade aos julgamentos.
Condenados mais dois policiais militares do Ceará pela Chacina do Curió
Condenados e absolvidos
O processo da Chacina do Curió foi dividido em etapas. Até o momento, três delas foram concluídas. O julgamento de março deve ser a quarta etapa do caso.
Confira os resultados até agora:
Confira os policiais militares condenados:
- Marcus Vinícius Sousa da Costa: 275 anos e 11 meses de prisão. As penas correspondem a 11 homicídios, 3 tentativas de homicídio, 4 crimes de tortura física e mental. Prisão em regime fechado de imediato sem direito de responder em liberdade e perda do cargo de policial militar.
- Antônio José de Abreu Vidal Filho: 275 anos e 11 meses de prisão por 11 homicídios, 3 tentativas de homicídio, 4 crimes de tortura física e mental. Prisão em regime fechado de imediato sem direito de responder em liberdade e perda do cargo de policial militar.
- Wellington Veras Chagas: 275 anos e 11 meses de prisão por 11 homicídios, 3 tentativas de homicídio, 4 crimes de tortura física e mental. Prisão em regime fechado de imediato sem direito de responder em liberdade e perda do cargo de policial militar.
- Ideraldo Amâncio: 275 anos e 11 meses de prisão por 11 homicídios, 3 tentativas de homicídio, 4 crimes de tortura física e mental. Prisão em regime fechado de imediato sem direito de responder em liberdade e perda do cargo de policial militar.
- José Oliveira do Nascimento: 210 anos e nove meses de prisão por 18 crimes, entre eles, homicídio, tentativa de homicídio e tortura.
- José Wagner Silva de Souza: 13 anos e cinco meses por tortura.
Foram absolvidos dos crimes:
- Francinildo José da Silva Nascimento
- Gaudioso Menezes de Mattos Brito Goes
- Gerson Vitoriano Carvalho
- José Haroldo Uchoa Gomes
- Josiel Silveira Gomes
- Ronaldo da Silva Lima
- Thiago Aurélio de Souza Augusto
- Thiago Veríssimo Andrade Batista de Moraes
- Antônio Flauber de Melo Brazil
- Clênio Silva da Costa
- Francisco Helder de Sousa Filho
- Igor Bethoven Sousa de Oliveira
- Maria Bárbara Moreira
- Antônio Carlos Matos Marçal foi absolvido dos crimes julgados no Tribunal de Justiça, mas teve parte do processo encaminhado para a Justiça Militar, que deve realizar um novo julgamento
Julgamento da Chacina do Curió, em Fortaleza. — Foto: J.Paulo Oliveira / TJCE
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