Além das prisões, 50 armas e 200 munições também foram apreendidas durante a ofensiva, realizada em Fortaleza e em municípios do interior do estado.
Segundo o delegado Harley Filho, titular da Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol), o número de capturados em pouco mais de um mês representa um aumento de 52% em comparação a 2024.
Em um mês, mais de 500 suspeitos de violência contra a mulher são presos no Ceará. — Foto: Reprodução
“Isso é fruto de uma ação integrada do Ministério da Justiça lá em Brasília, aqui no Ceará capitaneada pela Secretaria da Segurança, envolvendo os órgãos da Polícia Civil, Polícia Militar e Perícia Forense”, disse Harley Filho.
Conforme o delegado, as ações são desenvolvidas em três pilares: ações educativas, repressivas e preventivas.
“O primeiro deles são ações educativas, com panfletagens e palestras, para que a população saiba qual é o crime e, tendo conhecimento, qual é a previdência a ser adotada. O segundo pilar são próprios da Polícia Civil, que são as ações repressivas. A Polícia Civil investigou mais, representou por mais mandados e cumpriu esses mandados. E, por fim, ações de Polícia Militar, preventivas, com o posicionamento do policiamento em locais estratégicos”, explicou o delegado.
Durante a operação houve a coleta de DNA dos presos. O material irá auxiliar as investigações da polícia.
“Centenas de DNA foram coletadas, de pessoas presas e é importante para realizar provas objetivas. No momento que a vítima sofre uma agressão, o agressor acaba deixando o DNA dele. Então, durante a investigação, o delegado representa para a perícia solicitando o encaminhamento desse DNA retirado do corpo da vítima, para ser confrontado com o banco de dados. Havendo uma coincidência de DNA, essa prova objetiva é juntada no processo, que vai ajudar na condenação”, falou Harley.
A polícia segue com as ações para capturar os foragidos e suspeitos em flagrante.
“A polícia não vai parar. […] Para que as ações dessa natureza, de combate a violência doméstica contra a mulher sejam perenes, ou seja, durante todo ano. Nós vamos continuar envidando esforços para cumprir os mandados de prisões. Bem como, tendo conhecimento de algum crime que esteja ocorrendo, a polícia vai chegar o mais rápido possível para realizar novos flagrantes”.
Operação Shamar
A Operação Shamar é coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp/MJSP) e conta com a parceria da Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres (Senev/MMulheres).
Também participam a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), a Secretaria de Acesso à Justiça (Saju), o Colégio de Coordenadores da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário Brasileiro (Cocevid) e o Fórum Nacional de Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar (Fonavid).
As secretarias de Segurança Pública das 27 unidades da Federação também atuam na Operação por meio dos Centros Integrados de Comando e Controle ou estruturas similares, além das polícias civis, militares, técnico-científicas, penais, dos Corpos de Bombeiros Militares e das Guardas Municipais.
O nome da operação vem do hebraico “shamar”, que significa cuidar, guardar, proteger, vigiar e zelar.
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