O tsunami causado pelo terremoto de magnitude 8,8 que aconteceu na Península de Kamchatka, na Rússia, alcançou diversas regiões ao longo do Oceano Pacífico. O terremoto é o mais forte desde 2011, quando tremores e tsunami atingiram Fukushima, no Japão.
“Moramos aqui no Japão, eu e minha família, há 15 anos. E nós vivemos algo bem emocionante no dia de hoje”, disse Joanice Arcanjo.
Foto de 30 de julho de 2025 mostra a cidade de Severo-Kurilsk, nas Ilhas Curilas do Norte da Rússia, atingida por tsunami — Foto: Governo da Região de Sacalina/AFP
Ela, o marido e os dois filhos moram na cidade de Okazaki, na província de Aichi. O casal é diretor de uma escola cristã para jovens e adultos e realiza um trabalho de apoio a brasileiros no país asiático.
“Recebemos a notícia logo cedo de um alerta de tsunami devido a um terremoto que aconteceu na região da Rússia, bem acima aqui do Norte do Japão. Recebi algumas ligações em que as famílias precisaram voltar do trabalho para auxiliar seus filhos que estavam em casa, porque é um período de férias e as crianças estavam em casa e os pais tiveram que voltar em casa, pegar as crianças e refugiar nas montanhas. Mas não houve nada de grave”, comentou Jusciê Arcanjo.
Até agora, os impactos mais severos do tsunami foram registrados no Extremo Oriente Russo, mas os alertas e impactos se estenderam para o Japão, alguns países da América e regiões insulares. Não há registro de mortes até o momento.
As autoridades seguem monitorando o risco de novas ondas nas próximas horas. Entre os países que emitiram alertas estão Rússia, Japão, Estados Unidos, México, Guatemala, Equador, Peru, Chile e Costa Rica.
Ponto vermelho mostra local de tremor de magnitude 8,0, na costa leste da Rússia, em 29 de julho de 2025 — Foto: USGS
As medidas incluíram evacuações em massa, suspensão de atividades marítimas e recomendações de não aproximação das áreas costeiras.
Em entrevista ao g1, a família ainda relembrou quando viveu o terremoto de 2011, que causou mais de 15 mil mortes no Japão. Eles precisaram sair do país por um tempo e só retornaram cerca de 90 dias depois:
“A gente ficou com medo se aconteceria isso de novo, mas não houve nada grave”, tranquilizou um dos filhos do casal.
Família brasileira relata tensão após terremoto no Japão: ‘Crianças tiveram que se refugiar nas montanhas’ — Foto: Arquivo pessoal
Regiões atingidas pelo tsunami
Terremoto de 8.8 de magnitude provoca tsunami na Rússia e no Japão
As ondas do tsunami alcançaram localidades costeiras na Rússia, do norte do Japão, partes da costa oeste da América do Norte, o Pacífico Central e, com menor intensidade, zonas costeiras da América do Sul. Confira:
- Na Rússia, ondas de 3 a 5 metros atingiram a Península de Kamchatka e as Ilhas Curilas. Em Severo-Kurilsk, portos foram inundados e embarcações destruídas; em Yelizovo, instalações de processamento de pescado e até um jardim de infância sofreram danos. Mais de 2 mil moradores foram evacuados, e há relatos de feridos leves.
- No Japão, o tsunami alcançou cidades costeiras da ilha de Hokkaido, como Kushiro e Iwate, com ondas de até 1,3 metro. Cerca de 1,9 milhão de pessoas receberam ordem de evacuação em 21 prefeituras costeiras. O governo mantém vigilância em toda a costa do Pacífico, de Hokkaido até Kyushu.
- No Havaí (EUA), ondas de 1 a 1,2 metro chegaram durante a madrugada, afetando praias como Haleiwa e Hanalei. O governador declarou estado de emergência, voos foram cancelados em Maui e moradores próximos à costa foram retirados.
- A costa oeste dos Estados Unidos (Alasca, Oregon, Washington e Califórnia) registrou aumento do nível do mar e manteve alertas de tsunami. No Canadá e no México, medidas preventivas também foram tomadas.
- Em Guam, na Micronésia e em outras ilhas do Pacífico, alertas recomendaram evacuação preventiva.
- Na América do Sul, Chile e Equador receberam alertas de ondas de até 3 metros, incluindo nas Ilhas Galápagos.
- Na Costa Rica e em países da América Central, recomendações de evacuação foram emitidas, embora os efeitos tenham sido mais brandos.
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