O homicídio aconteceu na noite de 15 de maio de 2024, quando a vítima saiu do trabalho Hospital Dr Osvaldo Cruz. No trajeto, ela teve o carro interceptado por uma motociclista na Avenida Presidente Castelo Branco e foi atacada com vários tiros, morrendo do local.
“Jandra sempre foi uma pessoa trabalhadora , honesta , humanizada , alegre , divertida ,amorosa com a família , amava cuidar das pessoas e não media esforços em ajudar . Ela participava das atividades na igreja e era bastante dedicada ao trabalho”, disse um familiar da enfermeira, que terá a identidade preservada.
Três semanas depois do crime, quatro policiais militares foram presos. Investigações apontaram que os agentes consultaram dados do carro da vítima no sistema da Secretaria da Segurança Pública. Posteriormente, os agentes foram soltos após a defesa provar que as consultas ocorreram depois do crime.
Um ex-diretor de uma fundação que administra várias unidades de saúde do Ceará e onde Jandra trabalhou por quatro anos, também chegou a ser investigado e teve o celular apreendido.
Um relatório da investigação, que o g1 teve acesso, afirma que crime poderia ter sido encomendado para “silenciar” a enfermeira e evitar que ela denunciasse esquemas fraudulentos envolvendo a fundação. No entanto, ele não chegou a ser preso.
“Jandra trabalhou como gestora no hospital de Sobral e em Fortaleza. Infelizmente após essa ida a capital teve esse acontecimento”, falou um parente da vítima.
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“Assassino profissional”
Polícia procura motociclista suspeito de matar enfermeira em avenida durante discussão no trânsito. — Foto: Paulo Cardoso/ SVM
Ainda segundo as informações do Diário da Justiça, o homicídio da enfermeira possui características daqueles efetuados por “assassino profissional”.
Uma dos fatos citados é que o estojo das munições que atingiram a enfermeira desapareceram do local.
“O fato de: ‘os disparos terem sido efetuados exclusivamente em direção à Jandra Mayandra, e os tiros terem sido agrupados’, além do que ‘não foram encontrados estojos de munições nas proximidades do local do crime, muito embora as informações colhidas através de populares davam conta que o atirador utilizou uma pistola, arma que extrai os estojos, e com os quais poderiam identificar a origem da munição, rastreando o lote de fabricação e sua distribuição.”
Existe a suspeita de que as munições tenham sido levados por policiais militares, de acordo com o que foi relatado por outro agente que esteve na cena do crime.
“Consta ainda nos autos a informação dada por uma testemunha policial de que ao chegar no local do crime, haviam em torno de seis policiais do Raio, todos de moto e com fardamento preto, que teve a informação no local do crime que o calibre da arma usada no homicídio seria o ‘.40’, que em um determinado momento, indagou aos policiais do Raio como sabiam dessa informação, ‘então um dos policiais (não se recorda qual, pois o fardamento os deixam muito parecidos e inclusive é difícil identificar a graduação e nome) abriu a mão e mostrou 3 estojos de munição .40 deflagrados, que segundo o policial os estojos foram encontrados no meio-fio próximo ao carro da vítima’ e que tomou conhecimento que os estojos não foram mais localizados pelo Delegado Plantonista e pelos agentes do Coin.”
Conforme a Polícia Civil, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) segue com as investigações, com análise de dados periciais, além de trabalhos das equipes de investigação para a resolução do crime.
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