Rair Gomes, de 28 anos, teve traumatismo cranianoencefálico (TCE) e estava aguardando uma cirurgia, porém os médicos constataram a morte cerebral do atleta.
A família dele denunciou que houve negligência por parte do hospital onde ele estava internado.
Chute acidental durante jogo
Segundo Eva, esposa de Rair, no dia 25 de maio ele participava de um jogo na localidade de Serrrote Queimado, zona rural de Parambu, quando foi atingido acidentalmente com um chute no rosto por um jogador do time adversário, durante a disputa da bola.
“Com menos de cinco minutos de jogo, Rair foi cabecear a bola enquanto o rapaz do time adversário acidentalmente chutou a cara dele”, relatou Eva.
Na ocasião, Rair foi socorrido e levado ao Hospital Municipal de Parambu, onde foi realizada a tomografia, que constatou o traumatismo cranianoencefálico (TCE).
Da espera por cirurgia ao óbito
Conforme a esposa da vítima, devido à gravidade, Rair foi transferido para Fortaleza, porém o hospital da capital não tinha vaga e ele foi levado ao Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), em Quixeramobim.
“Nesse percurso todo, por mais que o Rair estivesse nessa situação, ele estava sempre consciente”, relembrou a esposa.
A mulher relatou ainda que o marido foi atendido na unidade e recebeu alta horas depois, dia 26 de maio, para aguardar em casa uma cirurgia que seria realizada no dia 4 de junho. Quando estava retornando para a residência, o quadro de saúde de Rair se agravou.
“A família se deslocou de Parambu até Quixeramobim, pois nem uma ambulância disponibilizaram. No percurso ele continuava orientado, mas chegando em Tauá começou a apresentar febre, vômito e foi levado imediatamente ao hospital de Tauá, onde ficou em observação”, disse Eva.
O jovem piorou, chegando a ter convulsão, além de vomitar sangue e sentir dores intensas na cabeça.
“Medicaram ele com Dipirona, mais o Rair continuava sentindo muitas dores. A família preocupada ficou todo tempo pedindo aos médicos que fizessem alguma coisa. O médico chegou e falou que a dor que ele estava sentindo não era nada mais nada menos do que o nariz quebrado e algumas fraturas no rosto. Quando os médicos viram que a coisa estava séria, decidiram transferir novamente para Quixeramobim.”
Durante a transferência de ambulância para a cidade vizinha, que fica a 245 quilômetros de distância, o jogador teve uma parada cardiorrespiratória e ficou inconsciente.
“Ao chegar no hospital ele foi intubado. Duas horas depois ele teve uma parada cardíaca e ficou internado na sala amarela. Depois surgiu uma infecção pulmonar e dia 29 [de maio] o neurologista diagnosticou ele com morte cerebral. Desde então, a equipe médica ficou de fazer a segunda avaliação, e assim aconteceu, após quatro médicos diagnosticarem ele com a morte cerebral, os médicos tiraram os medicamentos dele e os aparelhos foram desligados”, disse a viúva.
Para Eva, a alta precoce dada a Rair no primeiro atendimento e a demora pela internação, agravaram o quadro de saúde do jogador.
“Hoje estamos sofrendo pela perda do meu esposo, e revoltado com toda a negligência médica que levou o meu marido a estar nessa situação”, lamentou a mulher.
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