Quando pensamos em Liverpool, o primeiro nome que vem à mente é, claro: os Beatles. E sem dúvida, ela é o berço da banda mais influente de todos os tempos. Mas, embora o Fab Four tenham ajudado a moldar sua identidade mundial, a cidade tem muito mais a oferecer do que você pode imaginar!
Além do quarteto, a cidade, localizada no noroeste da Inglaterra, foi o palco de outros movimentos revolucionários na música. Um exemplo marcante é o grupo Frankie Goes to Hollywood, que despontou no início dos anos 80 como uma das primeiras bandas a abordar abertamente temas de sexualidade e direitos LGBTQ+ em suas letras e performances.
Com seu álbum de estreia “Welcome to the Pleasuredome”, eles conquistaram sucesso imediato, com os singles “Relax,” “Two Tribes” e “The Power of Love” dominando as paradas britânicas. Em 1986, eles lançaram seu segundo e último álbum, “Liverpool”. Mesmo enfrentando uma breve proibição da BBC devido a suas letras provocativas, o grupo continuou rompendo barreiras, deixando um impacto cultural profundo e duradouro.
Voltando ainda mais no tempo, Liverpool foi o berço de uma das primeiras bandas femininas de rock a ganhar notoriedade: as Liverbirds. Formado em 1963, o grupo desafiou as convenções da época ao provar que o rock não era um território exclusivo dos homens. Conhecidas como “as Beatles femininas,” as Liverbirds se apresentaram no lendário Star-Club em Hamburgo, o mesmo palco que consagrou os Beatles.
Quando John Lennon fez o comentário infeliz de que “essas ‘garotas’ não sabem tocar guitarra”, referindo-se a elas, as Liverbirds usaram isso como combustível para mostrar o contrário. E conseguiram! Seu single “Diddley Daddy” alcançou o top 5 na Alemanha, consolidando o grupo como uma força em ascensão na cena musical europeia.
E a lista de músicos notáveis da cidade não para por aí. Rick Astley, que estourou em 1987 com o hit “Never Gonna Give You Up,” também nasceu nas ruas de Liverpool. Com apenas 21 anos, ele conquistou o primeiro lugar nas paradas e se tornou o segundo artista mais jovem do Reino Unido a ter um single de estreia no topo. Seu estilo pop inconfundível marcou a década e fez de Liverpool não apenas o lar do rock, mas também do pop mundial.
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Mas, convenhamos, é difícil escapar da sombra dos Beatles em Liverpool. A relação entre a cidade e o quarteto é quase simbiótica. No início dos anos 80, a cidade ainda não havia abraçado totalmente o turismo relacionado a eles. Foi apenas com a abertura do museu “Beatle City” em 1984 que esse cenário começou a mudar.
Localizado na Seel Street, o museu reunia uma coleção impressionante de memorabília dos Beatles, incluindo o famoso ônibus do ‘Magical Mystery Tour’, que levava os fãs a uma imersão profunda nos locais históricos da banda. Apesar do sucesso inicial, problemas financeiros forçaram o fechamento do museu após menos de dois anos. Ainda assim, essa experiência demonstrou que havia um apetite insaciável pelo turismo do Fab Four na cidade portuária.
E foi então que a Cavern City Tours, um empreendimento local, entrou em cena. Por mais de três décadas, eles foram responsáveis por alguns dos maiores projetos relacionados aos Beatles na cidade, incluindo o renascimento do Cavern Club, onde os Beatles tocaram pela primeira vez. Atualmente, cerca de 800 mil turistas visitam Liverpool anualmente, movidos pela fascinação por tudo o que envolve o Fab Four. O impacto econômico dessa herança é gigantesco, estimado em mais de £80 milhões (R$591 milhões) anuais e gerando milhares de empregos.
Além da música, Liverpool moldou os Beatles de uma forma única. Nos anos 50, quando os futuros membros da banda estavam crescendo, a cidade vivia sob o impacto das rotas marítimas que conectavam suas docas ao mundo. A influência americana foi fundamental.
Marinheiros da Marinha Mercante, apelidados de “Cunard Yanks”, traziam de suas viagens a Nova York discos de rock’n’roll e rhythm’n’blues, gêneros que ainda estavam longe de dominar o Reino Unido. Esses discos foram fundamentais para o desenvolvimento do som que definiria a música de Liverpool.
O Cavern Club, que inicialmente se opunha à ideia de rock’n’roll, logo foi tomado pela nova onda musical. Em pouco tempo, artistas como Gerry and the Pacemakers, Billy J Kramer and The Dakotas e, claro, os Beatles, estavam no centro do que veio a ser chamado de Merseybeat. Essa revolução musical local não teria sido possível sem as influências que vieram do outro lado do Atlântico, e Liverpool foi o epicentro dessa troca cultural.
Explorar a cidade hoje é como se perder em um mapa de referências musicais e culturais. Desde as estátuas dos Beatles espalhadas pela cidade, como no Albert Docks, até as placas em homenagem ao legado do grupo na Mathew Street, cada esquina guarda uma história.
Liverpool pode ter outras grandes figuras musicais, mas, inevitavelmente, o espírito dos Beatles continua impregnando o ar. É um lugar onde o amor pelo Fab Four não é apenas uma lembrança do passado, mas uma paixão compartilhada por turistas e locais, que continuam a celebrar a maior exportação da cidade: a música.
Então, quando se pergunta: “Liverpool é só a cidade dos Beatles?”, a resposta é um “não” com um sorriso de quem sabe que… mesmo que a cidade tenha dado muito mais ao mundo, é impossível ignorar o legado monumental dos Fab Four.
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