“São setores do Brasil que foram pedir essa taxação para o presidente Trump contra o país. É um ato de traição nacional. Mas, dito isso, é importante dizer que eu acho que o governo vai negociar para que ela não sobreviva”, disse o ministro em entrevista à TV Verdes Mares.
Ainda de acordo com Paulo, o objetivo agora é negociar para que a taxa diminua, o que pode ocorrer, segundo o ministro, na medida em que os setores econômicos americanos provocarem o governo contra a taxação.
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Augusto Fernandes, CEO da JM Negócios Internacionais, uma das quatro empresas que operam com exportações no Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante (CE), revela que cerca de 20 contêineres, principalmente de mel, pedra bruta e cera, ficaram retidos em diferentes etapas do processo logístico: seja no pátio do exportador, em transporte para o porto, ou já dentro do terminal portuário.
“Nesse momento, não tem razão para os produtos estarem parados no porto. Porque, certamente, os compradores americanos quererão comprar antes da taxação. Mas nós vamos fazer uma gestão para ver o que está parado nos portos. Eu soube que uma parte importante do mel que estava parado aqui no Nordeste acabou sendo embarcado”, disse Paulo Teixeira sobre o embarque de contêineres com 95 toneladas de mel orgânico produzido no Piauí que estavam no Porto do Pecém.
Segundo Paulo Teixeira, a agricultura familiar é a mais prejudicada quando os produtos ficam barrados nos portos, mas o ministro acredita que os Estados Unidos também sofrerão perdas com a nova tarifa.
“O governo brasileiro tem meios de, através da legislação do comércio, poder usar o princípio da reciprocidade. Isso é, eles aumentam lá, nós aumentamos aqui. Eles mexem lá, nós podemos mexer aqui em propriedade intelectual, em remédios, na área de audiovisual, porque eles são muito fortes no mundo. Enfim, nós temos que caminhar para que isso possa ser revertido. Porque, como eu disse, é um problema de natureza política. E sendo de natureza política, mesmo a justiça americana não permitirá uma elevação de taxas dessa natureza.”, afirmou.
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Na carta em que anunciou a tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros, o presidente Donald Trump também classificou “a forma como o Brasil tem tratado” o ex-presidente como “vergonha internacional”. “Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”
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Março/2020 – O presidente dos EUA Donald Trump e o presidente Jair Bolsonaro são vistos durante um jantar no Mar a Lago, em Palm Beach, Flórida, Estados Unidos, em 07 de março de 2020 — Foto: Alan Santos/Presidência via AFP
“Peço aos Poderes que ajam com urgência apresentando medidas para resgatar a normalidade institucional”, concluiu.
Bolsonaro afirmou ter recebido a notícia da tarifa de Trump com “senso de responsabilidade” e reiterou sua “admiração pelo Governo dos Estados Unidos”.
Segundo ele, a medida anunciada pelo governo norte-americano é consequência direta do que classificou como um “afastamento do Brasil dos seus compromissos históricos com a liberdade”.
O ex-presidente responsabilizou o atual governo e o Judiciário brasileiro pela deterioração das relações com os EUA. “Isso jamais teria acontecido sob o meu governo”, declarou.
Ele também endossou a expressão usada por Trump, que chamou a atuação da Justiça de “caça às bruxas.
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