Para o coordenador pedagógico do ensino médio do colégio Cônego, Pedro Brandão, existem alguns aspectos fundamentais que devem ser levados em conta pelos alunos. “O primeiro é a definição de objetivos claros: por que ele está estudando? Se é para acompanhar melhor as aulas, se preparar para vestibulares ou superar dificuldades específicas”, explica.
Pedro afirma que em seguida, deve ser feito um exercício de autoconhecimento e observar em quais horários tem mais energia e concentração, quais matérias exigem maior dedicação e quais métodos mais funcionam para o estudante.
“Por fim, há dois elementos: o descanso, porque, sem pausas, o rendimento cai, e a flexibilidade, já que imprevistos sempre surgem e o aluno precisa adaptar a rotina sem perder o foco”, finaliza.
Planejamento de tempo faz a diferença
Mesmo seguindo os primeiros passos, ainda é comum que o aluno se sobrecarregue. O coordenador afirma que o segredo está em olhar para a rotina como um todo e não apenas para o tempo que sobra depois da escola. Ele aconselha mapear seus compromissos fixos, para, depois, identificar os períodos de maior concentração.
Pedro também alerta para um erro comum, que é o de estudar muitas horas seguidas. “É muito mais eficiente dividir o tempo em blocos menores, de 40 a 50 minutos por matéria, intercalados por pequenas pausas de 10 minutos, por exemplo. Isso mantém a mente ativa e favorece a memorização”, comenta.
É fundamental também incluir no planejamento momentos de descanso e lazer. Um cronograma que ignora a vida pessoal e o equilíbrio acaba se tornando insustentável.
Metas menores ajudam na motivação
Manter a motivação é um dos grandes desafios. Pedro Brandão sugere ter metas menores e alcançáveis. Quando o aluno divide um objetivo grande em etapas curtas, ele sente a conquista diária e isso gera motivação para continuar. Ele também recomenda que o estudante faça revisões periódicas e acompanhe o próprio progresso.
“Após cumprir o estudo planejado, vale reservar um tempo para algo prazeroso, como assistir a uma série ou sair com amigos. Por último, destaco a importância da variedade de métodos: alternar leitura, resumos, mapas mentais, exercícios e explicações em voz alta evita a monotonia e ajuda na fixação dos conteúdos”, explica.
Pedro Brandão, coordenador pedagógico do ensino médio do colégio Cônego — Foto: arquivo pessoal
Ferramentas que facilitam a organização
Hoje em dia, tanto os métodos tradicionais como os digitais podem ser aliados na preparação e organização para o Enem. Para quem prefere o papel, uma agenda física ou um planner semanal já ajudam bastante. Já os vestibulandos que preferem o meio digital, podem utilizar as planilhas no Excel ou Google.
Além disso, aplicativos como Google Agenda, Trello, Notion, Forest e Todoist ajudam na produtividade, permitindo gerenciar o tempo, organizar tarefas e manter o foco nos estudos. “O mais importante não é a ferramenta em si, mas a constância no uso”, afirma.
Apoio emocional é essencial
O coordenador também alerta para um dos fatores mais importantes na hora de montar uma rotina para estudos, principalmente nas vésperas do Enem, que é o apoio pedagógico e psicológico. “O professor tem a experiência de orientar sobre quais conteúdos são prioritários, quais estratégias funcionam melhor em cada disciplina e como distribuir o tempo de estudo de maneira equilibrada”, disse Pedro.
Já o psicólogo atua em outra dimensão, ajudando na gestão da ansiedade, na organização emocional e na criação de hábitos saudáveis. “Muitas vezes, a dificuldade não está no conteúdo, mas na constância para manter a rotina”, complementa.
Mas, segundo o coordenador, o apoio e participação da família é que fazem a diferença, pois eles permeiam a rotina pós-escola e podem auxiliar e até cobrar, na medida certa, o processo de cronograma de estudos.
“Portanto, quando escola e família atuam em conjunto, o cronograma deixa de ser apenas um papel ou uma planilha. Ele passa a ser um projeto de vida realista, que respeita o ritmo do estudante, fortalece sua confiança e aumenta as chances de sucesso”, afirma.
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