Professor comenta possíveis temas da redação do Enem e dá dicas de estudo

Possíveis temas para 2025

Embora o tema seja sempre uma surpresa, Bruno Cruz afirma que a prova costuma girar em torno de eixos temáticos sociais pertinentes à realidade brasileira, como cidadania, meio ambiente, educação, saúde e diversidade cultural.

“Tudo que é vivência, tudo que é debate social pode ser um recorte, pode ser um assunto trabalhado no Enem”, explica o professor.

Com base nisso, ele listou alguns assuntos que podem ser apostas para a edição de 2025, sempre ligados a datas ou debates em evidência:

• 35 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): A defesa e a proteção integral de crianças e adolescentes, discutindo questões como a adultização e a violência contra esse grupo.
• 30 anos do Sistema Único de Saúde (SUS): A promoção da saúde pública, com debates sobre vacinação e o combate a arboviroses.
• COP30: As discussões ambientais, como a questão dos resíduos sólidos (lixo) e a busca por uma sustentabilidade necessária.
• Inteligência Artificial: O impacto da IA no mercado de trabalho e na educação.

“Essas seriam possibilidades discursivas. Pensar nesse eixo como um eixo que também tem diversos temas que ainda não foram trazidos pelo Enem”, complementa Cruz.

Como estudar e estruturar a redação

Entender as cinco competências avaliadas é fundamental para se sair bem. Elas valem 200 pontos cada, totalizando a nota mil.

1. Domínio da norma padrão: atenção à gramática, ortografia e evitar desvios.
2. Uso de repertório: desenvolver a argumentação com informações pertinentes e válidas, em uma estrutura dissertativa-argumentativa.
3. Argumentação: selecionar, relacionar e analisar informações para defender um ponto de vista, não apenas expô-las.
4. Coesão: usar conectivos adequados para ligar as ideias e os parágrafos.
5. Proposta de intervenção (conclusão): elaborar uma solução detalhada para o problema discutido.

Dicas práticas para o texto

• Evitar fuga ao tema: “Primeira coisa, ler toda a proposta. Enunciado, textos motivadores. Circula o que é palavra-chave”. Ele cita o exemplo de 2014, quando “publicidade infantil” foi interpretado erroneamente por muitos como “publicidade feita por crianças”, levando à anulação de mais de meio milhão de redações.
• Conclusão eficaz: “Só se soluciona o que você problematiza”. A proposta de intervenção deve resolver as causas apresentadas no desenvolvimento. Se houver dois problemas, devem ser duas soluções. Um bom modelo inclui:
• Agente: quem fará a ação?
• Ação: O que será feito?
• Meio/modo: Como será feito?
• Finalidade: Para que será feito?
• Detalhamento: Uma informação extra, como uma exemplificação.
• Uso da inteligência artificial: Cruz vê a IA como uma ferramenta útil para pesquisar repertórios culturais ligados a temas específicos e para auxiliar na correção gramatical, ajudando a identificar desvios na estrutura sintática. Ele alerta, porém, contra o “repertório de bolso” – informações genéricas e desconectadas do tema.
• Revisão é fundamental: “Faça um texto, desenvolva um texto, volta para a prova, faz alguma questão, tira aquela discussão da cabeça e volta com outro olhar”. Esse distanciamento ajuda a enxergar erros de concordância, regência e acentuação que passaram despercebidos.

Dica de Ouro para a reta final

• “Primeiramente, calma”, aconselha o professor. Na reta final, ele recomenda:
• Validar os eixos temáticos (cidadania, direitos humanos, diversidade).
• Circular as palavras-chave do tema e usá-las na introdução.
• Ler os textos motivadores, mas tentar extrapolá-los, trazendo repertórios próprios.
• Dar exemplos para materializar o problema e evitar lacunas argumentativas.
• Usar conectivos adequadamente.
• Revisar o texto com atenção aos detalhes.

“Concentração e revisão” são, segundo Bruno Cruz, os segredos para buscar a excelência na redação do Enem.

Professor comenta possíveis temas da redação do Enem e dá dicas de estudo — Foto: Freepik

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