Conforme a denúncia do Ministério Público, recebida pela Justiça na última segunda-feira (8), Wlaudeci Cavalcante Lima, 29 anos, matou Brenna Maia na madrugada do dia 16 de junho, por volta das 2h40, usando um objeto cortante e subtraiu o celular da vítima.
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Wlaudeci foi preso em 8 de julho, por guardar uma arma de fogo em casa, que fica a 550 metros de distância do local onde o corpo de Brenna foi encontrado. No momento da captura, além da arma, a polícia apreendeu com ele dois aparelhos celulares, entre eles estava o da vítima.
Após a descoberta, os agentes passaram a investigar a relação de Wlaudeci com o assassinato da jovem.
Ao determinar a prisão preventiva de Wlaudeci, a Justiça justificou com a necessidade de “garantir a ordem pública”.
“Há fortes indícios de envolvimento do representado no homicídio em análise, tendo em vista que, além de ter sido apreendido com o aparelho celular da vítima, ele se empenhou ‘em eliminar vestígios do dispositivo, com o claro intuito de obter vantagem pessoal e se ocultar das investigações”, diz um trecho da decisão do juiz de Direito.
Desbloqueio do celular da vítima
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Durante as investigações, um relatório técnico revelou que o aparelho de Brenna, um iPhone 12 Pro Max, foi bloqueado e desbloqueado diversas vezes madrugada do crime, o que indica que o celular estava protegido por senha. Além de ter sido desligado e ligado sete vezes no intervalo entre 2h47 e 4h36min.
“Wlaudeci, entretanto, conseguiu desbloqueá-lo e realizar pesquisas na internet sobre como contornar o sistema de reconhecimento facial (Face ID), inclusive às 4h32min do dia 16 de junho de 2025, evidenciando tentativa de apagar vestígios e alterar configurações do dispositivo”, diz um trecho da denúncia.
Além disso, também foram identificadas pesquisas sobre redefinição de senha, gerenciamento de conta Apple e exclusão de atividades, todas realizadas pelo denunciado após o crime.
O documento apontou ainda que o investigado recebeu diversos e-mails confirmando alterações na conta Apple da vítima, reforçando o domínio sobre o aparelho.
“A partir do dia 21 de junho de 2025, o delatado passou a realizar buscas e assistir vídeos tutoriais sobre como reiniciar, formatar e quebrar a senha de iPhones, além de desativar o recurso ‘Buscar iPhone’, com o claro objetivo de apagar rastros e assumir o controle do dispositivo”, disse a investigação.
A polícia também obteve imagens do aparelho em funcionamento, registros de contas vinculadas à vítima (como iCloud, Gmail, bancos, redes sociais e serviços de streaming), bem como evidências de que o denunciado substituiu a conta original da vítima por uma nova, vinculada ao seu próprio email.
Os investigadores localizaram conversas no aplicativo WhatsApp em que o Wlaudeci admite ter “ajeitado o celular” e planejava fugir, solicitando emprego em outro município.
Investigação
Ao ser interrogado em duas diferentes ocasiões, o suspeito apresentou diferentes versões. A primeira foi a de que não conhecia a vítima e encontrou o iPhone, já desbloqueado, em uma avenida da cidade. Na ocasião, ele apenas mudou a senha e passou a utilizá-lo. O g1 não localizou a defesa do suspeito.
No segundo interrogatório o homem disse que estava em um mototáxi, a caminho da casa de uma pessoa com quem teria relacionamento, quando visualizou o aparelho ao chão, pediu para o condutor parar a moto, pegou o celular e passou a utilizá-lo.
Testemunhas negaram a versão do acusado. Além disso, uma pessoa ouvida pela polícia confirmou a senha que era usada no celular de Brenna.
“Essa circunstância indica que o denunciado obteve acesso à senha original da vítima, sugerindo contato prévio entre ambos, o que desmonta por completo a versão de mero ‘achado de celular'”, apontou a investigação.
Wlaudeci é membro da facção criminosa Massa Carcerária e possui um extenso histórico criminal, com envolvimento em estupro de vulnerável, furto e quatro ocorrências por porte ilegal de arma de fogo. Ele está recolhido na Unidade Prisional de Quixadá.
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