Depois do incidente, Renan se licenciou do mandato por 90 dias. Em março, a Câmara abriu um processo de cassação contra o parlamentar, que só voltou à Câmara na última quinta-feira, dia 5 de junho. Na sessão de retorno, ele foi recebido por um protesto de moradores e estudantes, que levaram cartazes ao plenário pedindo justiça pela morte das jovens.
Vereador Renan Martins, suspeito de matar duas adolescentes atropeladas em Paraipaba (CE), renunciou ao mandato — Foto: Reprodução
No domingo (8), após o protesto, a defesa de Renan Martins enviou à TV Verdes Mares uma nota de esclarecimento afirmando que ele deixou o local do acidente porque, ao perceber a morte das jovens, ficou com medo de ser ferido pelos familiares da vítima. O texto ainda disse que o protesto não foi uma manifestação popular, mas de familiares das vítimas “exibindo-se em busca de notoriedade”.
Na última segunda-feira (9), após a polêmica, ele assinou o pedido de renúncia e o encaminhou para a presidência da Câmara, que recebeu o documento nesta quarta. “Informo ainda que as razões que me levaram a tomar esta decisão são de cunho estritamente pessoal e por motivos de saúde, minha e de minha família”, escreveu Renan no texto.
A Câmara Municipal de Paraipaba publicou uma nota nas redes sociais informando que a renúncia de Renan já foi recebida pela Casa e que os “trâmites necessários já estão sendo realizados para a nomeação do vereador suplente, que assumirá o cargo em definitivo”.
O acidente
Primas morrem em acidente envolvendo moto e carro em Paraipaba, na Grande Fortaleza. — Foto: Reprodução
Conforme o delegado de Paraipaba, Aurélio de Araújo, os indícios mostram que, durante uma curva, o vereador teria invadido a faixa contrária e colidido com a motocicleta na qual estavam as primas.
Segundo testemunhas, a moto das adolescentes bateu de frente com o carro do vereador, da marca Troller. Com o impacto, as duas primas morreram no local. Já o motorista, abandonou o veículo e fugiu antes da chegada da polícia.
Em nota enviada à imprensa posteriormente, o vereador negou que estivesse alcoolizado no acidente, e afirmou que o local era um trecho “ermo, sem iluminação pública e com tempo chuvoso”. A defesa do parlamentar também disse que ele trafegava em baixa velocidade.
Sobre a saída do local antes da chegada da polícia, os advogados de Renan afirmaram que tanto ele temia uma “reação violenta de familiares da vítima” quanto precisava de atendimento médico. Por isso, ele teria ido a Fortaleza, a mais de 100 quilômetros de distância, onde foi medicado e liberado.
O caso ficou a cargo da Delegacia Municipal de Paraipaba, que concluiu o inquérito indiciando Renan por homicídio culposo. O inquérito foi remitido ao Ministério Público do Ceará (MPCE), mas até o momento não houve denúncia formal contra o vereador.
Duas adolescentes morrem em acidente com vereador de Paraipaba
Primas adolescentes morrem em colisão de moto com carro em Paraipaba. — Foto: Reprodução
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